quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Chá de erva-doce para São Pedro!

Querido, São Pedro, eu sei que você anda chateado. As coisas aqui na Terra não têm andado nos trilhos, mas pedimos muito a sua paciência e rogamo-lhes para que pare de chorar. Já entendemos o recado e prometemos melhorar! Peço para que deixes caixinha de lenço de lado e coloque um fim na sua tristeza. Se você não parar com esse 'piti' nervoso de chorar e chorar, não sabemos o que vai ser da gente.

Agora, deixando São Pedro um pouco de lado, para essa catástrofe que assola o estado de Santa Catarina, será que existe um culpado, que não seja São Pedro? A atenção da mídia na cobertura tá sendo louvável, diferente da vergonha sensacionalista que foi na no caso da adolescente Eloá, mas estou sentindo falta de explicações mais consistentes, para os 4 meses incessantes de chuva que ocorreu e ocorre no estado. Gostaria de entender o porquê desse fenômeno climático, afinal, 4 meses de chuva, é um acontecimento fora do comum. Desde que eu me entendo por gente, não me lembro de ter, por tanto tempo, visto tanta chuva. Isso é um acontecimento que tem origem em quê causas? Da natureza? Do homem? Os dois?
Minhas perguntas podem soar desnecessárias e imbecis num momento como esse, quando registra-se mais de 97 mortes, 19 desaparecidos, quase 79 mil desabrigados e seis munícipios isolados, mas, mesmo assim, a pergunta não quer calar. Procurei respostas pelo Google, mas não as encontrei.

Aproveito para fazer meu apelo às pessoas. Ajudem e colaborem com alimentos que possam ser consumidos instantâneamente. Roupas, calçados, colchões e doações em dinheiro também são bem-vindos.


É admirável ver o espírito de solidariedade que circunda o momento. Recebi um e-mail de uma colega que mobilizada, está arrecadando roupas e alimentos - bonito gesto. Soube também que algumas empresas, como a Eletrosul, entrou em contato com as prefeituras das cidades atingidas para viabilizar recursos a elas. No ônibus, escutei uma garota contando para sua colega que ia separar roupas e alimentos para doar. Tudo muito bonito, pena essa solidariedade se manifestar somente em momentos trágicos. Pena, mesmo!

Paz aos que se foram, conforto para os que ficaram e sofrem "a tragédia das águas".

Tatiane D. da Silva

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Chuva em Floripa


E a chuva não pára em Florianópolis.


Segundo major Márcio Luiz Alves, diretor da Defesa Civil, chove a mais de 15 semanas, o que não sobra tempo para absorção da água. (Fonte: Portal Terra).


Sapos, rãs , canoas e remos à vista.



A via crucis de que não chegou lá

Uma campanha política comparada à obra de caridade: “foi silenciosa, sem dinheiro e deu resultado”.

por Tatiane D. da Silva

Nas eleições municipais em Florianópolis, mais de 350 candidatos disputaram as 16 cadeiras da Câmara Municipal. No Partido dos Trabalhadores (PT) da capital, somente 19 concorreram. Desses, apenas o vereador Márcio de Souza, eleito pela quinta vez consecutiva, vai poder sentar-se ao lado dos outros parlamentares. Entre os 18 que não chegaram lá, está o fisioterapeuta Jean Ramos - com a inicial do nome “J” e não “G”, como gosta de brincar – que obteve 1.337 votos e foi o terceiro candidato mais votado do partido. Para ele, um resultado “fabuloso”, já que é marinheiro de primeira viagem na política.
Jean foi o candidato que apareceu na televisão no horário político, acompanhado pelo pai e o irmão, o saxofonista Giovanni de Luchi conhecido na cidade por animar festas e eventos sociais. O apelo lhe rendeu uma ‘notinha’ no jornal, com o título “Um candidato de família”, que guarda com cuidado dentro da carteira, dobrado em quatro partes.
Em março deste ano, enquanto lia o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, Jean diz ter sido tomado por um sentimento inspirador, que o motivou a querer participar da política. Na mesma semana, Nildomar Freire, o “Nildão”, lhe telefonou convidando para assistir as prévias que escolheriam o candidato à Prefeitura de Florianópolis, pelo PT. No dia do evento, Luci Choinack, presidente do partido em Santa Catarina, fez um discurso que o inspirou ainda mais. Dizia que as pessoas precisam acreditar mais no ser humano, e que não deveriam permitir que correntes partidárias corrompidas influenciassem a vida das pessoas.
Assim que Nildão foi escolhido o mais novo candidato à prefeitura de Florianópolis, Jean o cumprimentou pela conquista e se ofereceu para concorrer à disputada vaga na câmara, pelo PT. Para que isso fosse possível, precisaria provar que tinha a representatividade de uma parcela da população. “A partir daí precisei reunir moradores do bairro onde moro e amigos para mostrar que eu tinha raiz na comunidade e poderia disputar as eleições”, conta.


Um caminho a seguir - Na pequena sala de uma clínica de fisioterapia, rodeada por uma academia de ginástica, piscina coberta e uma acolhedora varanda repleta de plantas, Jean aperta o play de um som portátil, e uma música instrumental, dessas para relaxamento, começa a tocar. O sotaque ‘mané’ na fala, não deixa dúvidas sobre sua origem. Nascido em Florianópolis e criado no bairro de Capoeiras, é lá que vive até hoje. Sua jornada de trabalho começa 8h da manhã e termina às 18h da noite. Na clínica onde trabalha como autônomo fatura em média R$600 por mês, e quando a “safra é boa”, consegue tirar R$1.500. Além da rotina de tentar recuperar a coluna dos pacientes através da Quiropraxia, Jean ministra palestras em diversos centros espíritas na cidade.
Um dos caminhos que percorreu durante a campanha para conquistar a simpatia dos eleitores foi o que levava até os fisioterapeutas, os doutrinários do Espiritismo e os idosos. Em 1993, enquanto conversava com dona França, já falecida, uma senhora que vivia no Lar dos Velhinhos de Zulma, em São José, prometeu a ela que estudaria fisioterapia somente para cuidar dos ‘velhinhos’. Nesse dia, decidiu que iria abandonar a profissão de técnico em eletrônica para se dedicar ao curso pré-vestibular e conseguir entrar na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Os motivos que levaram tomar essa decisão não foram poucos. Ele já viu médico prescrever remédio sem saber para que idoso estava receitando. Já viu filhos abandonarem a mãe e só reaparecerem para assinar o atestado de óbito e saber da herança. Esses, entre outros episódios, fizeram com que Jean se tornasse um fisioterapeuta especializado em Gerontologia, um campo que estuda os fenômenos do envelhecimento humano.



Liderando – Na universidade Jean liderou grupos. Foi um dos precursores do centro acadêmico de Fisioterapia que, segundo ele, conseguiu várias conquistas. Uma delas foi unir o curso de Educação Física junto à Fisioterapia, fazendo com que as duas colocassem fim a rivalidade que tinham, pois um achava que o outro tomava seu espaço no mercado de trabalho por atuarem em áreas afins. Também conseguiu com que toda a grade curricular fosse modificada. “O currículo estava muito ultrapassado. Fui de aluno em aluno saber o que eles queriam sugerir para a nova grade”, relembra.
Assim, como quase todo líder, Jean sofreu perseguições. No centro acadêmico, ele mobilizou os alunos da universidade para protestarem contra o reitor na época, Raimundo Zumblick, que segundo ele, tinha uma visão de ‘direita’, e intenções de privatizar a UDESC. Alguns professores sentiram-se ameaçados, pois a queda do reitor significava demissão de muitos deles. Jean chegou a receber telefonemas anônimos avisando para que parasse com o ‘agito’, se não correria o risco levar uma ‘surra’ na primeira esquina que passasse. A atuação do rapaz e a dos colegas chamou a atenção da senadora Ideli Salvati, na época deputada, que também brigava contra Zumblick, e o chamou para fazer parte do partido. Em 1998, Jean se filiou PT. Desde então, participa dos eventos e votações internas.



Briga pela vaga – “Olha, sou contra partidarizar o movimento espírita, mas você já parou para pensar quantos parlamentares são católicos, evangélicos , materialistas e ateus? Por isso sou favorável que a gente opte por candidatos que estejam mais afins com os nossos ideais da outrina Espírita. Comprometidos com o bem, a verdade, a justiça e a caridade. Então, por que não ter um representante espírita na câmara?”Este foi o argumento que Jean usou nos e-mails enviados aos membros do movimento espírita, para convencê-los de que merecia o voto. Da mesma forma, fez com os colegas de profissão da fisioterapia. E-mails para todos. Conforme os cálculos de Jean, Florianópolis tem 500 fisioterapeutas, mais os estudantes e 40 centros espíritas, com média de 80 participantes cada.
Apesar de animadora quantidade de possíveis eleitores a seu favor, conseguiu apenas 0,58% dos votos nas urnas. Segundo Jean, sua campanha foi a melhor no quesito ‘custo – beneficio’. Ele conta que viu candidato gastar R$150 mil e conseguir somente 700 votos. Outro, R$80 mil e 180 votos. Para os R$ 4 mil que investiu, Jean considera seu desempenho, bom. “Minha campanha foi barata e eficaz”, diz.
Ele prefere fazer sua campanha política sem dinheiro, sustentado apenas na dignidade. Explica que não quer dever nada a ninguém, diferente de muitos candidatos, que segundo conta, foram financiados pelo narcotráfico, maçonaria e indústria farmacêutica. “Quem entra com o ‘rabo preso’ não pode defender as suas idéias, e sim as de quem os financiou”, conta. O ex-candidato reforça sua posição, lembrando um momento da vida quando abandonou a função de técnico em eletrônica, onde ganhava bem, para se dedicar ao vestibular e conseguir estudar fisioterapia com a intenção de fazer algo que gostava e poder ajudar os idosos.



Aprendizado - Como trabalha o dia inteiro, Jean não teve o tempo que gostaria para se dedicar a sua campanha. Os momentos livres aos finais de semana aproveitava para comparecer à festas e eventos e angariar votos. O saldo que ficou dessas eleições, segundo Jean, foi o aprendizado com as experiências que viveu. Sendo o petista fiel que é, negou o convite para fazer parte de outros partidos que ficaram de olho no seu desempenho nas eleições.
O fracasso do PT das urnas - foi o 4º colocado entre os partidos – segundo Jean, se dá porque seus candidatos não possuem envolvimento com a comunidade. “O meu envolvimento comunitário provou isso nas urnas. O resultado é resposta de anos em trabalhos voluntários e de outras atividades que desenvolvi”, conta.
Para a próxima eleição municipal, Jean quer se preparar melhor. Vai organizar uma equipe de campanha para trabalhar com ele e vai procurar se envolver ainda mais nos trabalhos com a comunidade. “Para 2012, Jean é com ‘J’ e não ‘G’, não se esqueça”, brinca.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

De bar em bar, de mesa em mesa...


A dúvida pairava. Mal entrei no carro e a pergunta que não calava, era: "Onde nós vamos?"
Sexta- feira. Perguntinha desagrádavel, chata, que persistiu até o Kobrasol. Lá rodamos algumas vezes pela Av. Central, a Adhemar da Silva, Campinas, e nada de decisão. Se fosse há uns 2 anos atrás o motivo da nossa indecisão seria a falta de opções. Agora o motivo é bem diferente: as muitas opções.

Dentro do automóvel:

- E agora, meninas, já decidiram? - Perguntou a amiga que estava comandando a boléia, já meio impaciente.
-Ah, para mim tanto faz! - Respondeu, uma.
- Tanto faz não é resposta - Diz outra.

As opções atraentes era inúmeras. Começou pelo Dusk.
- Ah, Dusk de novo, não! Nem é pagode, hoje. Tens uns dois caras lá dentro parecendo a dupla Tony e Rony - Comenta uma.

Passamos pela Cachaçaria da Ilha. A casa parecia estar bombando. Mas passamos tão rápido com o carro pela frente que nem deu para ver direito. Alguém sugeriu: - Crystal Beer! O coro do 'cala a boca' para a sugestão foi bem alto: - Nãooooo!
Armazém. Nãoo. Álias. Também não. E agora?

Eis que surge nossa esperança. Uma barzinho novo com o cartaz de uma banda de pagode meio suspeita estampado bem na entrada. Várias mesinhas dentro. Um deck com várias mesinhas fora. Um grupo animado conversava.

Todas juntas, receosas: - Será?????

As opções, tantas, deixo-nos nessa amarga tarefa. "Qual barzinho iremos?" Ó vida! Ainda tinha aquele outro lugar, novo que abriu, e mais aquele outro, e mais outro. Não pára. Antes a reclamação era a falta de opção. Os baladeiros da região tinha que se contentar com o mísero, queimado e famigerado "Skala 2000", Big Portion (fim de carreira!) e um e outro barzinho pé-de-chinelo em uma das ruas do, hoje, badalado bairro.


Voltando:
O dono da casa percebeu a nossa inquietude e indecisão e veio até nossa direção. Não perdemos tempo: - Moço, como funciona aí hoje? O que rola?
-Pagode. R$10 a entrada e o valor é consumação... - Diz o o sorridente proprietário.
-E pra comer? Pergunta, uma mais faminta
A essa altura, todas já estavam sedentas e com a barriga roncando.
- Temos porções de camarão, lula, pastéizinhos, fritas, e ...
- Cheeeegaaa! Já nos convenceu moço. Vamos entrar!

Curtimos um bom pagode, bem variado. Os garotos tocaram de tudo. Do sertanejo universitário, ao mpb, tudo no ritmo do chocalho, cavaco e pandeiro. Depois rolou até Dj. Manda vir uma torre de chopp, e ganha uma bem servida porções de fritas.

O cotingente de novidades, casas noturnas e barzinhos pela região é tanto, que os mimos e agrados de alguns proprietários mais atentos com a concorrência e enpenhados em agradar, cativar o cliente é cada vez melhor.

Voltaremos, com certeza.


Tatiane.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os ladrões estão soltos



Ontem, enquanto eu saboreava meu almoço ao meio dia, por pouco não tive uma crise de risos ao ouvir na televisão, no jornal que passa nesse mesmo horário, "homem é preso vendendo cd's falsificados, e cliente que comprava os produtos também". A vontade súbita de rir foi anestesiada e sumiu por completo quando quando as imagens do trabalhador apareceram na tela.


O cidadão conta que tira por mês média de R$300 com as vendas dos cd's piratas. Fica lá, na lida todos os dias em frente ao camelódromo municipal de Fpolis. Quinta-feira, como de costume ele conversa com um interessado em comprar seus produtos. O sujeito de dentro do carro pega os cd's e começa a escolher quais levará para casa. De repente, eis que surge "os caras", a PM. Primeiro impulso? Jogar o material pra dentro do carro! O que acontece? Vai preso trabalhador. Vai preso o cliente. E o pior? O assunto ainda vira pauta no noticiário.


Essa situação me lembrou um tempo atrás, quando lá numa 'cidadezinha', que o nome agora me falta a memória, um pai vai preso por roubar no 'mercadinho' um pacote de bolacha para dar o que comer para o filho.


Enquanto a reportagem ia passando, me lembrei de um fato bem recente: as eleições. Não tive como não lembrar, um assunto me levou a outro. Enquanto trabalhador vai preso, por tentar ganhar alguns míseros reais por mês, o cara que rouba milhares de pessoas, rouba dinheiro meu, dinheiro seu, dinheiro nosso, estará acredite, a partir do início de janeiro de 2009, por mais 4 anos roubando, ops!, desculpe, quis dizer governando, nossa cidade. Que estarrecedor, né? E o pior é que ele foi escolhido pelo voto popular. O povo gosta de ladrões? Um simples 'clic' no Google, você consegue ler na íntegra as ações movidas contra o sujeito. Ainda assim, lá está ele.

Eu ouvi dizerem isso aqui: "ele rouba mas faz". Pior é que eu escutei isso de uma pessoa com acesso à internet e às informações. Quer dizer: eles sabem que são roubados e mesmo assim confiam num cara desse!


"Ai, Jesus, apague a luz! "


Quem vende produtos contrabandeados, segundo as leis, estaria lesando o estado, passando ele para trás. Por isso deve ser preso, certo? E quem rouba o erário, o que é? Será que aqui cabe a velha máxima "ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão"?


Perdão, então para o carinha que estava vendendo os cd's...


Enquanto isso, na sala de justiça: estão presos trabalhador que vendia cd's piratas e cliente que comprava o produto, e o cara de concha Mor livre mais 4 aninhos.


Tatiane.